ISABEL MONTEVERDE

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Eccentricity is not, as dull people would have us believe, a form of madness. It is often a kind of innocent pride, and the man of genius and the aristocrat are frequently regarded as eccentrics because genius and aristocrat are entirely unafraid of and uninfluenced by the opinions and vagaries of the crowd.
Edith Sitwell

A man has to live in order to have a reason for dying as well as for having a reason for being reborn.
Ralph Ellison in Juneteenth



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quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

FREELY AND PURELY JUST LIKE SUNFLOWERS




Um Desafio de Vergílio Torres
Quando olho o céu não faço distinção se lá moram anjos ou nuvens, se lá se rasgam buracos negros, se porventura as estrelas são míopes quando me olham, ou se serei eu que ao olhá-las as confundo com pequenas e endiabradas fadas. Para mim o céu é um lugar, onde se desenham trajectos de asas, montanhas de algodão doce, jardins de incandescentes canteiros, pontos de fuga de devaneios, longínquo anoitecer em preces ingénuas e roucas, mistura de lágrimas e prazer, beira-mar do outro lado do horizonte, um querer viajar em naus catrinetas, seguindo a estrela do norte.
O céu e a bússola são para mim duas invenções saídas de uma mesma ideia: nortear o sentido do sonho.
Houve um dia que tive um sonho, ter asas verdadeiras. Pois foi com grande irritação que, tendo participado como anjinho na Procissão do Sr. dos Passos, tive de engolir uma firme resposta negativa da D. Nezinha, a dona das asas que entendeu ser eu um anjo sem asas. Devia ter à volta dos cinco anos quando pedi à minha Avó para me inscrever na procissão que antecede a Páscoa. Ia apenas com o fito de ganhar asas. Como isso não aconteceu, houve alguém no céu que se vingou por mim. Bom, nesse ano resolveu a organização abrir a Procissão com um rosário enorme segurado por cerca de cinquenta anjinhos. Eu lá fui já sem vontade nenhuma de segurar nada, queria era ir lanchar a casa dos meus Avós. Esperava-me um doce de tapioca batido com claras em castelo, melhor do que doce d'anjo. Ia tudo muito bem quando uma catequista com ar de Gestapo diz: "Parem! Um anjinho está dentro do rosário e vai ao contrário!". Pois, era eu. O rosário estava todo torcido, da trança de uma rapariga saía uma labareda de fogo, a que lhe seguia tropeça com o susto do grito da catequista e espeta-lhe a vela na cabeça, outra tinha perdido as sandálias, uma prima minha que assistia no público batia palmas. Tudo por causa das asas que não me deram. Foi a única vez que participei nestes eventos populares de cariz religioso e de formato barroco.
Contra a corrente começou a minha vida, agora não me digam que isto não é sina. Nesse mesmo ano comecei a ter novos objectivos na minha atribulada vida. Os pirolitos tinham passado à história, os chorões eram agora os bonecos mais populares e a chewing-gum já fazia parte da terapia muscular facial. E do que havia de me lembrar? Fazer uma fita para o cabelo com chiclettes coloridas. Aí começou verdadeiramente a minha desenvoltura para a plasticidade, -"grande sentido plástico", diz-me um professor de Litografia, (lembrei-me dele agora). Coleccionava botões e chewing gum's, os botões tinha-os em quantidades industrias, comprados na loja do Sr. Bandeira. Resultado da história, para descolar uma dúzia de chiclettes tiveram de me rapar o cabelo, não me recordo se tive um trauma psicológico, tenho a certeza que não.

E os anos passaram com tantas diabruras que tinham por palco, o sótão, em casa dos meus avós maternos. Era um espaço enorme, com duas janelas viradas para Santa Luzia. Dentro desse sótão havia, para além das escadas normais de acesso, uma escada secreta que ia dar a um quarto, onde a minha avó guardava sapatos, malas e sapatos. Era aí que nos escondíamos, no meio dos casacos pendurados. E ao subir a escada principal havia do lado direito outro sótão mais pequeno, com uma saída escondida para a cozinha no andar de baixo. Decidimos um dia, os meus primos e eu, pintar uma das paredes do fundo com tinta vermelha, uma foice e uma estrela amarela. Já os ventos troskistas e leninistas nos tinham passado pela mente, éramos brilhantes, ou estúpidos, sem o saber. Foi quando o meu Avô, um dia e por sorte, se lembrou de subir ao nosso antro de conspirações. Foi um verdadeiro drama, quase nacional, pensámos nós. E agora como ia o meu pobre avô descalçar a bota. Não era para brincar o assunto, se o Sr. Zé caiador visse, de tão bêbado que era podia dar com a língua nos dentes e lá vinha a Pide a meio da noite. Mas a minha Avó não se atrapalhou e antes que o Sr. Zé subisse com a cal e a brocha, encheu-lhe uns copos bem aviados de tinto e o homem nem se deu conta da parede que tinha na frente. Foi limpinho, ficou branquinha, imaculada e a revolução dos cravos havia de chegar só seis anos depois. Nessa altura já o sótão estava há muito às moscas.




Quando, por um justo amor dos jovens, se sobe desta beleza mortal até ao ponto em que se começa a ver o belo em si mesmo, então atinge-se quase o termo. Tal é a verdadeira via amorosa, na qual se avança só ou guiado: a partir da beleza mortal, elevar-se incessantemente para o imortal, como por degraus, de um corpo belo para dois e de dois para todos; dos corpos belos para a beleza dos costumes; daí para os conhecimentos belos e dos conhecimentos, finalmente, para esse conhecimento que não tem outro objecto senão a beleza em si mesma: então revela-se, no fim, o próprio ser do belo.

PLATÃO, A República ("O Banquete")


Uma Carta que nunca teve resposta:
Meu estimado ... embora não tenha obtido resposta às outras mensagens que lhe enviei, envio-lhe o CD do Power-Point, caso esteja interessado vê-lo com a dignidade que merece...
Naquele momento foi a minha identidade que eu vi lesada, eu não sou uma académica, mas artista e os artistas não se impressionam com fogueiras, nem com modos inquisitórios, cujo modelo já não interessa a ninguém. Em estado de choque, em vez de paralisia eu reajo como um animal selvagem ferido, sou uma temperamental domesticada.
De resto e como sabe quando quis desistir foi por saber que os sentimentos me iam levar ao desespero. Agora o sofrimento ainda é maior. Não o vejo mais e isso dói. De início estava resignada...Se não fosse o que é, mas um pobre empregado de balcão os meus sentimentos seriam exactamente os mesmos: atracção física, intelectual, encantamento, ternura, amor, paixão.
Agora até por uma palavra sua, nem que fosse a mandar-me ao psiquiatra eu esperava ouvir. Lembro-me do reverendo em Juneteenth e não desisti até ao fim, só quando... Já estava tudo perdido. Envio-lhe a nossa fotografia que me acompanhou durante meses e com a qual dormia. Não me queira mal porque eu vou amá-lo para sempre, mas agora sei que para si eu não represento nada. Só me desespera não saber se está bem, ou se está mal. Rezo para que seja muito feliz. Como lhe disse na carta anterior se me batesse eu beijava-lhe a mão, se estivesse doente eu apertava-o contra o meu peito e dava a minha vida por si. É a sua pessoa que eu amo e para mim é o homem mais belo que existe. Realmente à sua beira não passo de uma pessoa sem préstimo, só sei pintar, inventar, cozinhar e transformar o mais insignificante no mais interessante, ou amar os outros e não tenho nenhuma valia. Hoje as fadas já não existem e isso está bem patente num dos quadros da Paula Rego.

P.S.:MAS OS CIÚMES SÃO GRANDES E COMO NUNCA INVEJEI NINGUÉM SÓ AGORA CONHEÇO ESSE SENTIMENTO, POIS QUEM VOLTAR A AMAR TEM MUITA SORTE EM TER UMA CRIATURA TÃO ADORÁVEL JUNTO DELA. EU CONHEÇO-LHE A ALMA E SEI QUE O...É BOM. SE TIVER PENA DE MIM PEÇA A DEUS QUE ME DEIXE MORRER NA MESA DE OPERAÇÕES.

Muito afectuosamente,
...
Esta foi uma carta ridícula que agora, pela primeira vez, consigo reler com um sentimento de espanto, pois esta pessoa não era eu. Rejeito tudo quanto nela disse, sem nenhuma raiva, mas por me envergonhar de a ter escrito. Realmente ela não merecia resposta e ainda bem que assim aconteceu. De outro modo penso que agora seria muito infeliz e o certo é que me sinto liberta e feliz. É um fantasma do ridículo, mas a vulnerabilidade não é uma fraqueza, é apenas um estado de estupidez, a que cegamente nos submetemos. E agora recuperei a minha identidade, assim como a minha lucidez. Escrevam cartas de amor, mas a quem as merece ler, ou então escrevam cartas ridículas, mas engarrafadas e coloquem-nas numa prateleira de um supermercado para consumo imediato.

Respondendo ao desafio de Vergílio Torres do blog Banhos de Cinza, contar aleatoriamente seis episódios da nossa vida, resolvo terminar aqui um ciclo de histórias à deriva, fragmentos da minha memória, que marcaram ou foram episódios inconsequentes na minha vida.
As regras são:
1. Pôr o link da pessoa que me convidou;
2. Escrever as regras do meme no blogue;
3. Contar seis coisas aleatórias sobre mim;
4. Indicar mais 6 pessoas e respectivos links;
5. Deixar um comentário a cada uma dessas 6 pessoas.

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BEIJA FLORES OFERECIDO PELA MINHA AMIGA FÁTIMA DO BLOG CONTRACENAR

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MUITO OBRIGADA:) REPASSO A TODA(O)S A(O)S BONS AMIGOS DO ARTISTA MALDITO

UM SELINHO MUITO FEMININO. MUITO OBRIGADA, FÁTIMA.

UM SELINHO MUITO FEMININO. MUITO OBRIGADA, FÁTIMA.
JÁ SABEM, É LEVAR!

ET JE TE REMERCIE BEAUCOUP, TERESA... E VOLTOU A DOBRAR! DA BOA AMIGA MARTA DO BLOG LUA COM DONA:)

ET JE TE REMERCIE BEAUCOUP, TERESA... E VOLTOU A DOBRAR! DA BOA AMIGA MARTA DO BLOG LUA COM DONA:)
UM SELO "TRÈS CHIC" QUE RECEBI DA MINHA AMIGA TERESA HOFFBAUER DO BLOG EMATEJOCA AZUL. MUITO OBRIGADA MARTA.
















UM TESOURO AZUL ATÉ AO INFINITO

UM TESOURO AZUL ATÉ AO INFINITO
MUITO OBRIGADA TERESA

GRAZIE TANTISSIMO CARA MIA

GRAZIE TANTISSIMO CARA MIA
DALLA MIA AMICA KATI: IL SUO GIARDINO

UM ARCO-ÍRIS POR ONDE DESLIZA ALEGRE A AMIZADE

UM ARCO-ÍRIS POR ONDE DESLIZA ALEGRE A AMIZADE
MUITO OBRIGADA TERESA

UMA FLOR COLHIDA NO CANTEIRO DA AMIZADE

UMA FLOR COLHIDA NO CANTEIRO DA AMIZADE
MUITO OBRIGADA ISABEL CABRAL














«Chegará o dia em que os homens conhecerão o íntimo dos animais, e, neste dia, um crime contra um animal será considerado um crime contra a humanidade"
Leonardo da Vinci


A BELEZA TEM REALMENTE A VER COM O MODO COMO UMA PESSOA A APRESENTA.

AS PESSOAS GOSTARÃO AINDA MAIS DE NÓS POR TERMOS CORAGEM BASTANTE PARA DIZER QUE SOMOS DIFERENTES E QUE ISSO NOS DIVERTE.

PARTI HOJE UMA COISA, E APERCEBI-ME QUE DEVIA PARTIR UMA COISA UMA VEZ POR SEMANA...PARA ME LEMBRAR COMO É FRÁGIL A VIDA.

ANDY WARHOL

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